Por que Jesus ensinava por figuras?
Jesus ensinou por parábolas, histórias, figuras de linguagem e principalmente pelo exemplo de vida. Para ensinar sobre humildade, pegou uma criança no colo. Para ensinar sobre ofertar com sacrifício, sentou-se na frente da caixa de ofertas e usou o exemplo de uma viúva pobre. Quando falou sobre a prática do amor, contou a parábola do bom samaritano. Nossa memória dá preferência em gravar momentos de grandes emoções. É perturbador imaginar um homem com um tronco de árvore nos olhos, ou a imagem de mutilação do próprio corpo. Jesus ensinou com seu nascimento, vida e morte. Na cruz, na maior injustiça que este mundo já presenciou, agiu com um exemplo irrepreensível, orando: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” (Lc 23.34).
Muitos ensinos de Jesus estão presentes no memorável sermão do monte registrado nos capítulos 5, 6 e 7 de Mateus. Se realizarmos um recorte de suas falas no capítulo 5, constatamos que 93% dos ensinos de Jesus possuem algum tipo de figura de linguagem. Além disso, Ele também ensinou por meio de cerca de 40 parábolas distribuídas nos evangelhos sinóticos. Ao ler os evangelhos, devemos ter em mente a época e cultura do Oriente Médio e não Ocidental. Kenneth Bailey realiza uma excelente comparação cultural:
Em Lucas 9:57-58 o texto diz “Indo eles caminho fora, alguém lhe disse: Seguir-te-ei para onde quer que fores.” Se Jesus fosse ocidental, pode ser que respondesse mais ou menos assim: É fácil fazer declarações ousadas, mas você precisa considerar seriamente o que lhe custará me seguir. Parece evidente que até agora você não o fez. Preciso dizer-lhe claramente que não lhe posso oferecer salário nem segurança alguma. Se as minhas palavras ainda não estão claras, talvez uma ilustração ajude: por exemplo, eu nem possuo cama onde dormir. Mas Jesus responde: As raposas têm seus covis e as aves do céu, ninhos; mas o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça. (BAILEY, 1985, p.13)
Figuras de linguagem são formas de ilustrar uma ideia. O ouvinte interessado em entender a mensagem deverá necessariamente refletir para compreender. Essa técnica pode dar vários efeitos ao discurso, por exemplo: ênfase, estímulo das emoções, imaginação, pluralidade de interpretação e ajudar na memorização. Expressões como “Eu sou o pão da vida”, “Vocês são o sal da terra” e “Jesus virá como ladrão” são alegorias e não literais. Jesus não virá no sentido desonesto do ladrão, a relação é sobre surpresa. Talvez o maior desafio de compreender os ensinos de Jesus seja o frequente uso de ilustrações.
O sermão do monte é abundante em figuras de linguagem. Jesus começa seu ensino dizendo: “Bem-aventurados os pobres em espírito” (Mt 5.3). Jesus não defende a pobreza em si, a expressão fala de humildade. O versículo seguinte é mais desafiador ainda: “Bem-aventurados os que choram”. Ora, se bem-aventurado é ser feliz, como é possível ser feliz e chorar? Isso é um paradoxo relacionado ao arrependimento, pois o choro é uma característica de quem se arrepende. Ninguém poderá ser verdadeiramente feliz sem arrependimento de seus pecados. Um ensinamento de Jesus tornou-se um ditado popular: “Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra” (Mt 5.39). A própria Bíblia nos mostra que isso não deve ser interpretado literalmente, pois quando Jesus foi esbofeteado por um soldado, ele não ofereceu a outra face (Jo 18.22,23). O ensino trata de não buscar vingança, mas de vencer o mal com o bem.
Ainda no sermão do monte, Jesus ensina sobre a prática da oração, dizendo: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos” (Mt 6.7 - ACF). O problema não são as repetições, mas sim as vãs repetições. No Getsêmani, Jesus orou três vezes pela mesma causa (Mt 26.44). Jesus é um exemplo de vida de frequente oração, além disso, nos ensinou a orar sempre, gastando tempo em oração (Lc 18.1-8; Mt 26.41; 1Ts 5.17). Ore muito, mas de coração, com humildade e sinceridade. Jesus disse: “Não julguem, para que vocês não sejam julgados” (Mt 7.1). Muitas pessoas entendem isso como uma proibição à repreensão. Se lermos o capítulo 7 completo de Mateus, Jesus exige o julgamento para identificarmos cães, porcos e falsos profetas. Além disso, Jesus nos deu orientações práticas em como repreender um irmão culpado (Mt 18.15-20). Que possamos julgar segundo a reta justiça e não precipitado segundo a aparência (Jo 7.24).
Os próprios discípulos, alunos mais próximos do mestre, tiveram muitas dificuldades em compreender os ensinamentos de Jesus. O Senhor denunciou os religiosos da época porque estavam anulando a Palavra de Deus por meio de suas tradições. Após o seu ensino, Pedro pediu mais explicações e Jesus disse: “Será que vocês ainda não conseguem entender?” (Mt 15.16). Depois, gentilmente, Jesus mudou o método, ensinando claramente que não é o que entra na boca de uma pessoa que a contamina, mas sim o que sai, pois do coração procedem todos os males. Em outra ocasião, Jesus alertou seus discípulos a terem cuidado com o fermento dos religiosos. Ouvindo isso, os discípulos discutiam entre si: “É porque não trouxemos pão” (Mt 16.7). Jesus se referia ao ensino dos religiosos, não ao fermento de pão (v. 12). Quimicamente o fermento não aumenta o peso, mas somente o volume. Fermento na Bíblia simboliza normalmente o efeito do pecado no coração. Ele espalha como o pecado e “incha” a massa como o orgulho.
É um desafio para os ouvintes de Jesus saber quando Ele fala por figuras ou literalmente. Falando da morte de Lázaro, Jesus declara figurativamente “Nosso amigo Lázaro adormeceu”, e seus discípulos respondem: “Se ele dorme, vai melhorar”. O próprio escritor declara o sentido real: “Jesus tinha falado de sua morte, mas os seus discípulos pensaram que ele estava falando simplesmente do sono” (Jo 11.11-14). Nesse mesmo capítulo 11 de João, Jesus afirma: “O seu irmão vai ressuscitar”. Neste caso, sua declaração é literal, mas Marta entende como figurativa, pensando falar sobre os últimos dias (Jo 11.21-27).
Nicodemos, um mestre em religião da época, teve dificuldades com a literalidade. No encontro, Jesus fala da necessidade de nascer de novo para poder ver o Reino de Deus. Ouvindo isso, Nicodemos questiona: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?” (Jo 3.3,4 – ACF). Jesus se referia ao processo de conversão, o qual provoca uma transformação tão profunda que parece ser o renascimento de uma nova pessoa.
A interpretação literal esteve presente até no julgamento de Jesus Cristo. Uma das acusações para a crucificação de Jesus foi: “Este homem disse: Sou capaz de destruir o santuário de Deus e reconstruí-lo em três dias” (Mt 26.61). Evidentemente, quando Jesus fez essa declaração, referia-se ao seu corpo e não ao templo (Jo 2.21). A Ceia do Senhor é uma das doutrinas mais importantes do cristianismo. Jesus usou a ocasião da refeição da Páscoa para instaurar a nova aliança. Nesse contexto, Ele pegou o pão e deu graças a Deus, depois partiu e deu aos discípulos, dizendo: “Tomem e comam; isto é o meu corpo” (Mt 26.26). Historicamente, a Igreja compreendeu essa expressão como literal, quando, na verdade, seu sentido é figurado. O pão não se transforma fisicamente no corpo de Cristo, mas é um símbolo.
Parábola é uma história que usa alegorias para transmitir uma verdade espiritual. A parábola do semeador fala de um trabalhador do campo que saiu para lançar sementes sobre um terreno. Partes das sementes caíram em quatro locais diferentes: à beira do caminho, sobre pedras, entre espinhos e finalmente boa terra. Essa parábola é um bom exemplo de figura de linguagem nos ensinos de Jesus, porque Ele mesmo explica o significado. A mensagem fala de responsabilidade individual de cada ouvinte. O leitor é levado à autoanálise pela pergunta: Qual dos quatro solos representa o meu coração?
Este é o significado da parábola: A semente é a palavra de Deus. As que caíram à beira do caminho são os que ouvem, e então vem o diabo e tira a palavra dos seus corações, para que não creiam e não sejam salvos. As que caíram sobre as pedras são os que recebem a palavra com alegria quando a ouvem, mas não têm raiz. Creem durante algum tempo, mas desistem na hora da provação. As que caíram entre espinhos são os que ouvem, mas, ao seguirem seu caminho, são sufocados pelas preocupações, pelas riquezas e pelos prazeres desta vida, e não amadurecem. Mas as que caíram em boa terra são os que, com coração bom e generoso, ouvem a palavra, a retêm e dão fruto, com perseverança. (Lc 8.11-15)
Símile é uma declaração de que uma coisa se assemelha a outra. No envio dos setenta, Jesus disse: “Vão! Eu os estou enviando como cordeiros entre lobos” (Lc 10.3). A expressão “como” é característica dessa figura de linguagem. Para uma leitura correta, é essencial identificar qual elemento da figura se parece com o que está sendo comparado. Neste caso, os enviados serão perseguidos, semelhante a um lobo caçando um cordeiro. Naturalmente a batalha é desigual, mas espiritualmente os cordeiros são acompanhados por Deus e serão recompensados.
Metáfora é uma declaração de que uma coisa representa outra. Símile é identificada pelo “como”, metáfora pelo “é”. Assim, enquanto o símile gentilmente afirma que uma coisa é semelhante a outra, a metáfora declara corajosa e calorosamente que uma coisa é a outra. No sermão do monte, Jesus declara: “Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens” (Mt 5.13). O que o sal é para outras coisas, o seguidor de Jesus é para a terra (mundo). O principal uso do sal é para sabor, mas nessa época também era muito usado para conservar. Esse versículo está em um contexto de bem-aventuranças, boas obras e justiça maior. Portanto, ser o sal da terra significa realizar ações de amor, senão nossa vida cristã se torna inútil, não glorificando a Deus. O mesmo se aplica a luz do mundo: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mt 5.16).
O mundo sem amor é trevas e sem sabor. O amor conserva a terra. Se tivessem pelo menos dez pessoas boas em Sodoma e Gomorra, essas antigas cidades não seriam destruídas (Gn 18.32). Falando de um momento de grade aflição e julgamento, Jesus declara: “Se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém sobreviveria; mas, por causa dos eleitos, aqueles dias serão abreviados” (Mt 24.22). Portanto, ser sal e luz também representa conservar a sociedade por meio de obras de amor. Sem amor, o mundo é podre.
A última figura de linguagem que gostaríamos de citar chama-se Hipérbole, sendo sua principal característica expressar o exagero. É uma figura muito utilizada pelo povo, por exemplo: “estou morrendo de fome”, “demorou um ano” ou “falei um milhão de vezes”. Uma fala muito conhecida de Jesus diz: “Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão” (Mt 7.5). Aqui temos uma hipérbole, um exagero. Imagine um tronco de madeira em um olho. A mensagem é sobre julgar o próximo precipitado pela aparência. Em outro ensino, falando sobre adultério, Jesus diz: “Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora... E se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno” (Mt 5.29,30). Jesus não está incentivando a mutilação física do corpo. A mensagem é sobre renúncia, autocontrole, rigidez com o pecado e temor a Deus.
O Espírito Santo inspirou a Bíblia, não sendo ela uma opinião de cada escritor, porém esse processo não é de escrita automática, como se fosse uma espécie de robô. Em nossa leitura, necessitamos sempre extrair o princípio por trás do texto, combinando isso com a oração. Para compreendermos melhor o formato dos ensinos de Jesus, vamos realizar um exercício de comparação de um ensino semelhante de Moisés, Salomão e Jesus. Moisés manda os trabalhadores do campo deixarem o que sobrar da colheita para os necessitados, inclusive, é maravilhoso ver a aplicação disso quando Rute, por acaso, vai recolher sobras de espigas no campo de Boaz (Rt 2), que depois se torna seu marido, bisavô de Davi e, consequentemente, parente do nosso Senhor Jesus.
Na orientação de Moisés, lemos: “Quando vocês estiverem fazendo a colheita de sua lavoura e deixarem um feixe de trigo para trás, não voltem para apanhá-lo. Deixem-no para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva, para que o Senhor, o seu Deus, os abençoe em todo o trabalho das suas mãos” (Dt 24.19). Um conselho muito parecido de Salomão diz: “Quem trata bem os pobres empresta ao Senhor, e ele o recompensará” (Pv 19.17). O ensino correspondente de Jesus vai dizer: “Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus” (Lc 6.35).
Moisés é bastante específico em quem ajudar: estrangeiro, órfão e viúva. Salomão generaliza belamente: pobres. Mas Jesus foi muito mais fundo: inimigos. Para alcançarmos esse nível de fazer o bem para um inimigo, necessariamente temos que passar pelo perdão no coração. Não é sobre necessitados, é sobre qualquer humano. Fazer o bem aos inimigos é a expressão da lei do amor em seu nível mais alto. Mas Ele vai mais longe: desinteressado, altruísta, sem esperar nada, inclusive, sem ser visto.
Os três são unânimes em afirmar que a recompensa vem de Deus. Moisés parece declarar uma recompensa do trabalho, o que seria uma colheita farta. Salomão usa uma figura de empréstimo a Deus, e fala aparentemente de um pagamento nessa vida. Jesus é superior. A expressão “serão filhos do Altíssimo” carrega o significado de imitar a Deus, o que pode ser confirmado nas palavras seguintes: “Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso”. No original grego, Altíssimo é “hupsistos” que significa “mais alto”. Jesus fala do privilégio de ser filho de Deus, herdeiro de recompensa mais alta. Moisés deixou mandamentos para uma nação, Salomão conselhos para o mundo, Jesus princípios para o Reino dos Céus.
Os discípulos também tinham dúvida de porquê Jesus ensinava por figuras. Após falar a parábola do semeador à beira-mar, particularmente foi questionado:
Os discípulos aproximaram-se dele e perguntaram: Por que falas ao povo por parábolas? Ele respondeu: A vocês foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. A quem tem será dado, e este terá em grande quantidade. De quem não tem, até o que tem lhe será tirado. Por essa razão eu lhes falo por parábolas: Porque vendo, eles não vêem e, ouvindo, não ouvem nem entendem. Neles se cumpre a profecia de Isaías: Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês nunca entenderão; ainda que estejam sempre vendo, jamais perceberão. Pois o coração deste povo se tornou insensível; de má vontade ouviram com os seus ouvidos, e fecharam os seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, entender com o coração e converter-se, e eu os curaria. Mas, felizes são os olhos de vocês, porque vêem; e os ouvidos de vocês, porque ouvem. (Mt 13.10-16)
Quem tem, ganhará mais, quem tem pouco, lhe será tirado. Uma leitura rasa do texto pode causar uma falsa impressão de crueldade e injustiça, porém esse é um princípio universal presente no nosso cotidiano. Gostaria de ilustrar: Havia um pai de trigêmeos muito rico. Quando os filhos alcançaram a fase adulta, o pai resolveu financiar seus estudos. O primeiro escolheu ser advogado, o segundo engenheiro e o terceiro médico. O primeiro foi apenas um dia e cancelou a matrícula, o segundo, apesar de algumas notas baixas, conseguiu concluir, já o terceiro se tornou um grande médico. O pai, vendo o desinteresse do primeiro filho, tirou os recursos que estavam reservados para ele e deu para o filho médico, para que pudesse estudar mais e começar o seu próprio negócio.
Esse princípio se aplica, por exemplo, à economia e conhecimento. Quem tem, aumenta, quem tem pouco, tem tendência a perder este pouco. Quem tem dinheiro, investe e multiplica, quem tem pouco, diante de emergências, acaba ficando negativo. Um aluno que domina as quatro operações matemáticas poderá avançar para o nível das equações, mas se um aluno sabe apenas adição, será inútil.
O versículo 15 contém expressões importantes para nosso entendimento: insensível, má vontade e fecharam. É evidente que alguns ouvintes de Jesus escolheram ter um coração duro. Até esse ponto, Jesus já tinha ensinado o amor, curado doentes, expulsado demônios, acalmado tempestades, ressuscitado mortos e muitos outros sinais. Ainda assim, alguns procuravam matá-lo e outros o seguiam por interesse em pão (Jo 6.26). Jesus falar por figuras é uma solução para a diversidade dos seus ouvintes. Seus ouvintes seriam separados em grupos: orgulhosos, interesseiros, curiosos e os que tinham fé. Apenas um aluno interessado fica depois da aula para aprender. Portanto, um coração com fé, recebe algo maior, o amor, mas um coração incrédulo, por confiar em si mesmo, vai descobrir que nada tem.
Em uma das suas últimas orientações antes de ser crucificado, Jesus disse: “Estas coisas vos tenho dito por meio de figuras; vem a hora em que não vos falarei por meio de comparações, mas vos falarei claramente a respeito do Pai” (Jo 16.25). Essa promessa está disponível hoje para a Igreja. À medida que permitimos o Espírito Santo trabalhar em nossas vidas, estando dispostos a obedecer, mais cresceremos em nosso relacionamento com o Pai. O resultado natural desse relacionamento será nossas orações sendo respondidas por Deus, porque o Espírito nos ensinará a não buscar nossos interesses egoístas, mas sim a boa vontade do Pai. A obra de Jesus Cristo fez a lei de Deus ser escrita diretamente em nossos corações, sabemos o que devemos fazer porque o Espírito Santo as revela claramente para nós (Hb 8.10).
Portanto, o primeiro motivo que Jesus ensinava por figuras é que esse formato separa seus ouvintes em grupos, de maneira que os com fé legítima irão buscar mais explicações. Esse tipo de ensino irá forçar o ouvinte a refletir para compreender. Além disso, figuras de linguagem tem o impressionante efeito de facilitar a memorização. Nossa mente lembra melhor de uma história do que um texto formal, isso ocorre porque nosso cérebro lida melhor com imagens do que com som. Os exageros das hipérboles fazem as pupilas da nossa alma se dilatarem, nos fazendo lembrar.
Com uma simples parábola, Jesus dava exemplos de verdades espirituais do Reino de Deus, aproximava pessoas que tinham uma fé verdadeira e, por fim, transmitia uma mensagem indireta de julgamento para aqueles que rejeitavam a Palavra de Deus. Nossa resposta a Deus não pode ser um coração orgulhoso, que confia em justiça própria. Também não podemos ir a Ele por interesse no que pode nos dar. Quantas pessoas hoje lotam templos em busca de enriquecimento, curas e outros milagres. É tempo de irmos ao Espírito Santo, em oração particular, pedir mais explicações de qual é a vontade de Deus, para podermos nos submeter a ela, mesmo que seja sofrer para amadurecer.