Princípios de Jesus - Prefácio
Sou o quinto e o último filho dos meus pais. Os médicos haviam alertado que, se minha mãe engravidasse novamente, ela e o bebê morreriam, mas involuntariamente aconteceu. Nos últimos meses de gravidez, minha mãe adoece e, prestes a morrer, tenta a última alternativa: “Deus, se eu e o menino vivermos, o dou para Ti”. Sobrevivemos, meu nascimento foi um milagre! Sirvo a Deus desde a minha adolescência.
Minha jornada de estudo da Bíblia começou apenas após ser batizado pelo Espírito Santo aos dezessete anos. Durante esse período de estudos, sempre me ocorreram muitas dificuldades para compreender os ensinos de Jesus. Muitas expressões me perturbavam, por exemplo: “dê a outra face”, “deixe os mortos enterrar os mortos” ou “é mais fácil um camelo passar por uma agulha que um rico entrar no céu”. Achava que essa dificuldade era por conta da baixa qualidade escolar que tive, além de o meu perfil ser mais voltado para matemática do que para português, tendo uma tendência à leitura literal.
Durante um tratamento de zumbido, fui diagnosticado com autismo. Isso me ajudou a entender melhor minha dificuldade, especialmente na leitura de textos com muitas figuras de linguagem, como os ensinos de Jesus. Tudo é literal na minha mente. Hoje eu tenho certeza, tudo tinha um propósito. O sofrimento no nascimento forçou meus pais a me doarem a Deus, a dificuldade na leitura me forçou a estudar mais e o autismo me mostrou que a revelação do evangelho é uma obra de Deus e não humana. Hoje essas palavras de Jesus estão vivas dentro de mim: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11.25).
Quero apresentar a você um caminho de sofrimento que o leva a felicidade. Boa leitura!